Passados poucos segundos que cheguei à sala, murmurava palavrões por ter queimado a língua com o cappuccino quente. Depois de amenizado, escorei-me na janela e segurava a caneca com as duas mãos para aquecê-las com o calor do cappuccino.
Meu pai, deitado no sofá, espreguiçava olhando para a televisão.

- Droga, hoje passou um episódio dos Simpsons que eu não tinha gravado. Mas acho que mais tarde repete... Pra que faço isso né filha? - Perguntou brincando.

Sorri e dei outro gole no cappuccino, sem queimar a língua dessa vez.
Parei e fiquei observando ele.

- Pai...
- Hum? - murmurou sem tirar os olhos da tela.
- Você já ficou triste?
- Bom, quando meu time perdia eu ficava, mas agora não ligo mais pra isso. - Riu.
- Não, eu pergunto, você já ficou realmente triste?

Uma pergunta meio tola, mas pra quem nunca viu ou imaginou o próprio pai chorando, admito que seria algo bem surpreendente.

Ele olhou para cima pensativo. Não durou muito tempo. Quase que no mesmo instante respondeu tranquilamente:

- Não, não tenho motivo pra isso. - E continuou vendo TV.

Terminei o cappuccino e saí da sala, com um sorriso no rosto.

Que nessas férias eu enriqueça em conhecimentos...

Mais tempo, mais oportunidades... agora é saber agarrá-las.

Desenho, inglês e capoeira.

Muita, muita coisa...

Será que tudo bem reclamar daqueles que usam máscaras, mas porque tem medo de se mostrarem para o mundo?