sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"(...) Nessa época (ele se refere a infância), a distância que separava nosso mundo daquele que hoje chamamos imaginário não ultrapassava o armário do quarto ou o quintal dos fundos. Cada haste possuía uma história a contar. Porém, as atribulações da vida moderna fizeram com que não mais enxergássemos com os olhos infantis, e hoje zombamos dos que assim fazem.
O universo tecnológico das conveniências modernas nos tornou menos sensíveis aos matizes da natureza e edificamos fronteiras ao nosso redor para nos afastarmos daquilo que não compreendemos direito. Embora nossas vidas pareçam seguras e protegidas, perderam muito do encanto.
Esquecemos que existe muito mais entre o céu e a terra do que podemos perceber no círculo delimitado por essas fronteiras. É fácil erigir um sentimento artificial de satisfação e segurança em torno de uma vida certinha; é possível até ignorar o tédio e a mediocridade das limitações. Muitos temem sair em busca de coisas que afinal podem nem existir; desistem de partir ao encalço de "sombras" e dizem para si: "É melhor me contentar com o que tenho à mão, pois mesmo que haja coisas maravilhosas por aí afora também deve haver muitos perigos, então é melhor nem..."
Este tipo de postura é bastante triste, pois esmaga a curiosidade e as promessas de renovação que os sonhos trazem.
O medo trava a porta que conduz à vida mágica. Silencia os riachos e pára o vento. Foi por causa dele que passamos a perceber animais e plantas como algo separado de nós. Nossos temores nos fazem tomar o modo de vida humano como o único padrão real e possível, então a natureza deixa de ser um reino encantado.
(...) perceber que famílias não se restringem àqueles que crescem sob um mesmo teto. (...) A fim de levar uma vida mágica precisamos estar prontos a sacrificar a monotonia e os preconceitos.
Estes reinos encantados só continuam a existir porque a criança interior nunca morre. Os portais se tornaram nebulosos e obscuros, mas podem ser encontrados. Ainda subsistem aventuras nobres e dignas de serem vivenciadas.

Que seus olhos se abram e seu coração transborde. O que encanta também protege. Você nunca deve esquecer!" Ted Andrews




"A certeza sempre me pareceu ignorância"

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